Acabou aquela época na qual os produtos ficavam trancados e o consumidor tinha que chamar o segurança para levar o que havia escolhido. O empresário que ainda faz isso está perdendo muitas vendas. O único comprador que tem o esforço de chamar alguém para destrancar a grade é o que já conhece bem o produto. Atualmente o try me está em alta e cada vez mais sofisticado. Empresas investem pesado em estudos e estratégias para agradar os cinco sentidos dos consumidores e a prática mostra-se muito rentável para o negócio.
Quem nunca pegou um livro na prateleira, sentiu seu peso, textura, o cheiro das folhas novas e, ao som de uma boa música, curtiu a leitura de algumas páginas enquanto tomava um café? A experiência é tão interessante que o leitor acaba levando mais dois livros para casa. Livrarias são um belo exemplo quando o assunto é aguçar os sentidos dos clientes. Nestas últimas quatro linhas temos o tato, olfato, paladar e audição como exemplos sensoriais que podem influenciar o consumidor até o fechamento da venda.
O pesquisador da universidade da Califórnia, Eric Spangenberg, especialista em marketing olfativo, fez um estudo que comprovou aumento de 20% no ticket médio de lojas que conquistam o cliente pelo nariz. Cinemas, restaurantes, lanchonetes costumam ter maior facilidade neste quesito, no entanto lojas de departamento contratam especialistas para criar projetos voltados para o desenvolvimento de cheiros que identifiquem suas marcas. Existem aromas para vários tipos de negócio: aventura, tradição, conforto, sofisticação, frescor, limpeza, calma, entre outros.
Nos mercados, com tantos produtos nas gôndolas, como chamar a atenção pelos sentidos? As ações de degustação, prova de roupa, amostras e até mesmo o cuidado com o trabalho de designer da embalagem pode provocar os outros sentidos por meio da visão. A foto de uma carne suculenta talvez ative o paladar; a imagem de um lençol que denota maciez chama a atenção do tato. Ações criativas que envolvem o cliente em uma ambientação na qual ele possa experienciar o produto com o máximo de interação potencializa o fator de decisão pela marca. Para o varejista é importante ter um projeto multissensorial que trabalhe tanto no espaço físico como no online, mapeando todos os pontos de contato com o shopper desde a pesquisa, momento da compra, uso e recompra. Conservar estes elementos bem levantados e estudados faz a diferença no esforço de venda gerando conteúdos relevantes de forma fluida e integrada. Manter essas boas práticas materializa uma narrativa de ação que revela fortes projetos de PDV.